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Golf Pro Tour

Woods arrasa golfistas seduzidos por milhões da SuperLiga

O norte-americano Tiger Woods, de 46 anos, vencedor de 148 torneios (110 delas como profissional, desde 1996) – entre as quais 15 dos quatro torneios ‘major’ na carreira – criticou na Escócia os seus rivais da atualidade que aceitaram jogar as LIV Golf Series, com prémios muito mais chorudos do que o circuito PGA na América do Norte, Europa ou Ásia, acusando-os de ingratidão e memória curta.

No mítico campo de Saint Andrews (Escócia) para mais um ‘major’, a 150.ª edição do The Open Championship, durante quatro dias de quinta-feira, dia 14, a domingo, dia 15 do corrente mês, um dos maiores ícones da História do golfe – recorde de 82 vitórias no PGA Tour, igualando o compatriota Sam Snead, falecido em 2002 -, aquele que foi número um mundial durante 683 semanas (quase 14 anos!) não poupou nas críticas a profissionais que, mesmo ante a ameaça de expulsão do circuito PGA, estão a jogar o circuito milionário de oito provas, pago pelo Fundo de Investimento da Arábia Saudita e do qual outro ícone da modalidade, o australiano Greg Norman, é rosto e CEO.

“Viraram as costas a quem e ao que os fez jogadores”, resumiu Woods aos jornalistas, ele que, ao contrário de muitos do ‘top 100’ mundial, foi fiel à PGA Tour e permaneceu neste circuito, mesmo com prémios monetários inferiores aos chorudos prémios da nova liga, com oito torneios, iniciada em junho, com as sete torneios individuais (para 12 equipes de quatro jogadores, 48 no total) a terem em jogo, cada um delas – e duas já se disputaram – , 20 milhões de dólares (€19,19 M) e a última, por equipes, em outubro, ‘bolo’ de 50 milhões de dólares (€49,79 M)!

“Será triste ver alguns dos melhores, que preferiram o outro circuito, não estar neste ‘major’. Mas terem virado as costas a quem lhes permitiu o estatuto que hoje ostentam tem destas coisas, habilitaram-se”, afirmou Woods, sempre a voz mais respeitada e procurada onde quer que se desloque, faça o que fizer, como ícone global do desporto, mesmo que seja atualmente… 974.º do ranking mundial

A polémica ganhou mais atualidade por, devido à ‘sangria’ de profissionais em debandada dos circuitos da PGA (América do Norte, mas também do Europeu e até da Australásia), a organização do ‘major’ ter, excecionalmente e pela primeira vez, autorizado que mesmo os ‘dissidentes’ que já experimentaram o circuito alternativo joguem o torneio. Um convite não extensivo ao australiano Greg Norman, todavia.

A 150.ª edição do Open é um marco na História do golfe e queremos que as atenções se mantenham na competição, sua História e legado. Infelizmente, esse não seria o caso, cremos, se Greg viesse a ser convidado, foi a justificação avançada pela organização da prova para a omissão do ‘The Great White Shark’ (‘O Grande Tubarão Branco’, alcunha de Norman) na lista de convites para comemorar tão redondo número. “Uma pena”, relativizou Norman.

Greg Normanfez algumas coisas que não creio sejam as de maior interesse para este nosso desporto, e estamos a chegar a um momento histórico na modalidade. Penso que os organizadores tomaram a decisão certa, afirmou Tiger Woods sobre o ‘não convite’ a uma grande lenda do golfe e desporto, Norman.

As LIV Golf Series, segundo Greg Norman, “vieram para ficar”, e mau grado a suspensão e multas aplicadas pela PGA a jogadores que disputaram alguma(s) das duas primeiras de oito provas da nova ‘SuperLiga’ milionária, o sinal dos organizadores de St. Andrews foi entendido no mundo inteiro como o primeiro passo para se fumar o ‘cachimbo da paz’ e encontrar solução que não penalize os jogadores.

Mas os 255 milhões de dólares (€253,93 M) que Norman já anunciou ter, financiados pela Arábia Saudita, para pelo menos uma década de novo tour, e os prémios serem mais do triplo do que os pagos no PGA Tour, têm provocado cisão de tomo, com as ausências dos que disputam o novo circuito também a notarem-se sobremaneira nas provas PGA.

Já suspensos pela PGA Tour estão alguns vencedores de ‘major’ e consagrados da modalidade, como Bryson DeChambeau, Patrick Reed, Brooks Koepka, Phil Mickelson e mesmo Dustin Johnson: todos eles vão voltar a jogar o torneio em St. Andrews, num gesto de boa vontade. O ‘braço-de-ferro’ PGA-LIV não pode durar sempre, e os jogadores impedidos de fazer o que mais gostam e é o seu ofício: jogarem.

Não os percebo. Os jogadores estão a fazer isto por dinheiro. Por isso, qual é o incentivo para treinar? Qual o incentivo para bater umas bolas? É só ir lá e ganhar um ‘monte de massa’ em pouco mais de meia dúzia de torneios com 54 buracos [três voltas aos campos, e não quatro, 72 buracos, como na PGA]. Estão embalados por cânticos de sereias, mas são atmosferas diferentes», foi a crítica de Tiger Woods aos companheiros de ofício nas LIV Series.

Não vejo esta cisão e este novo tour a trazer algo de positivo para qualquer desses jogadores. Em especial se a organização da LIV não lhes permite angariar pontos para o ranking e os próprios torneios ‘major’ mudaram o seu critério de entrada por causa deles [jogadores], sublinhou Woods, citado na BBC.

Com uma ressalva: tapar lugares para neófitos. E quando Woods fala, o Mundo do golfe costuma escutar. Por muito que a lesão que o afastou das competições e os escândalos de adultério e o divórcio lhe tenham custado popularidade e uma enorme fatia da sua fortuna pessoal, além de fãs.

Seria triste ver alguns dos miúdos que estão a começar hoje, como prevejo, nunca terem a chance de jogar um grande torneio, por os lugares estarem todos ocupados por ‘consagrados’. E há outros que saltaram diretamente do amadorismo para a organização [LIV] sem saber como é jogar um ‘tour’ toda uma época, 11 meses, 20 torneios, incluindo os ‘majors’ da PGA.

Além de estarmos ainda para ver como se irá repercutir este problema de não amealharem pontos no processo de seleção e entrada nos ‘majors’. É um mistério para os organizadores descodificarem. Eu não quis falhar este Open, até por estarmos no maior ‘boom’ de sempre do golfe, após o Covid-19, recordou Tiger Woods, otimista no futuro do golfe.

Mesmo que possa ser o seu último Open em St. Andrews, até por o próximo estar agendado apenas… para 2027. Dentro de cinco anos, quando Eldrick Tont (Tiger) Woods tiver, então 51 anos. «

“O meu último? Quem sabe? Não sei se nessa altura terei condições físicas para competir. Nem me recordo já de quantas vezes disputei a prova, mas desta vez queria muito estar aqui”, foi a declaração de amor à modalidade que deixou aos jornalistas.

Para mim, tudo começou aqui em 1995, e, para já, pode acabar aqui em 2022. Se não acabar [a carreira], não acabou. Será ótimo se ainda puder jogar mais um, mas não há garantias disse, disse quem arrastou milhões para o golfe, muito provavelmente como nenhuma outra estrela na modalidade, com o seu magnetismo .

Fonte: Site A Bola

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